Flórida elimina 20 toneladas de pítons invasoras em esforço histórico para salvar ecossistema local 5h6z53
Mundo – A Flórida acaba de registrar um marco inédito na guerra contra uma das maiores ameaças à sua biodiversidade: a píton-birmanesa. Desde 2013, mais de 20 toneladas de cobras foram removidas e eutanasiadas nos pântanos do sudoeste do estado — o equivalente ao peso de um ônibus urbano lotado ou de um caminhão de bombeiros. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (9) pela Conservancy of Southwest Florida, responsável pela operação.
Ao todo, 1.400 pítons foram retiradas de uma área de 500 km², um território onde a espécie invasora tem causado estragos severos ao equilíbrio ecológico. Introduzidas acidentalmente nas décadas de 1970 e 1980, as cobras provavelmente escaparam de cativeiros ou foram abandonadas por antigos donos. Desde então, se multiplicaram sem predadores naturais na região, encontrando um verdadeiro paraíso de presas nos Everglades.
“A pergunta que fica é: quantos animais nativos foram consumidos para gerar 20 toneladas de píton?”, questiona o biólogo Ian Bartoszek, líder do programa de controle da espécie.
Estudos da Universidade da Flórida identificaram pelo menos 85 espécies nativas — entre aves, mamíferos e répteis — como parte da dieta das pítons. A presença das cobras tem causado o colapso populacional de diversas espécies, tornando o controle da invasora uma prioridade ambiental no estado.
Tecnologias e estratégias para conter a praga
Uma das táticas mais eficazes empregadas pela equipe da Conservancy tem sido o uso de rastreadores de rádio em pítons machos, que são soltos na natureza para localizar fêmeas reprodutoras durante a temporada de acasalamento, de novembro a abril. As fêmeas encontradas são capturadas e eutanasiadas, evitando que coloquem ovos — uma medida que já impediu o nascimento de mais de 20 mil filhotes.
Apesar do sucesso, o desafio continua. As pítons têm avançado para novas regiões da Flórida, incluindo áreas próximas ao Lago Okeechobee, a cerca de 170 km de Miami. Além disso, há preocupações com impactos colaterais: predadores nativos, como o ameaçado lince-da-Flórida e a cobra-índigo-oriental, também interagem com as pítons, o que pode gerar consequências imprevisíveis para o ecossistema.
Imagens chocantes coletadas pela equipe revelam o apetite voraz das cobras, como uma píton engolindo um cervo inteiro — uma demonstração clara do poder destrutivo dessa espécie fora de seu habitat natural.
Enquanto o estado da Flórida permite e até incentiva que moradores e caçadores autorizados capturem as cobras de forma humanitária, o esforço coordenado da Conservancy vem se consolidando como uma das maiores iniciativas de controle de espécie invasora em território americano. O objetivo: dar uma segunda chance à fauna nativa dos Everglades, antes que seja tarde demais.
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