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Haddad anuncia aumento de imposto para quem investe no longo prazo e penaliza poupadores com nova alíquota de 17,5% 3a552a

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Haddad anuncia aumento de imposto para quem investe no longo prazo e penaliza poupadores com nova alíquota de 17,5%

Brasil – O Governo Federal anunciou que vai aumentar o Imposto de Renda (IR) para quem mantém aplicações financeiras por mais de dois anos, como parte do novo pacote fiscal apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A medida atinge diretamente investidores de longo prazo, que hoje pagam a menor alíquota sobre rendimentos: 15%.

Com a mudança, a alíquota a a ser fixada em 17,5% para todas as aplicações financeiras, independentemente do prazo de resgate. Ou seja, quem deixava o dinheiro aplicado por mais de 720 dias e pagava 15% de IR, agora pagará 2,5 pontos percentuais a mais sobre os lucros obtidos.

“Estamos apenas nivelando a tributação. A média atual já gira em torno de 17,5%. Estamos propondo uma simplificação e alinhamento”, declarou Haddad após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Investidor conservador será o mais impactado
A mudança deve impactar principalmente o perfil de investidor conservador — aquele que deixa o dinheiro aplicado por longos períodos em produtos como CDBs, fundos de renda fixa, Tesouro Direto e outros investimentos de baixo risco. Até agora, esse público era beneficiado por uma alíquota menor como estímulo à poupança de longo prazo.

Para os investidores de curtíssimo prazo, a medida representa uma redução na carga tributária, já que hoje o IR chega a 22,5% para resgates em até 180 dias. Agora, todos pagarão os mesmos 17,5%, favorecendo quem faz aplicações de curto prazo e penalizando quem segura o capital por mais tempo.

Medidas para elevar arrecadação

O pacote fiscal também prevê:

Aumento de 12% para 18% na taxação sobre o faturamento das bets (empresas de apostas esportivas);

Alta de 9% para 15% na CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) para fintechs e corretoras;

Fim da isenção do IR para LCI, LCA, CRI e CRA, que arão a ser taxados em 5%;

Proposta de aumento do IR sobre Juros sobre Capital Próprio (J) de 15% para 20%, mesmo após ter sido rejeitada pelo Congresso em 2023.

Segundo o ministro, essa última medida foi reinserida no pacote a partir de sugestões de parlamentares que participaram das negociações.

Debate sobre contenção de despesas e isenções

Além do aumento de receitas, Haddad antecipou que o governo deverá enviar um projeto de lei complementar para reduzir isenções fiscais em 10%, em uma segunda etapa. O modelo dessa redução ainda será definido em conjunto com o Congresso.

Já em relação à contenção de gastos, o ministro afirmou que será formada uma comissão de líderes partidários e integrantes da equipe econômica para discutir gastos primários, como os do Fundeb, Benefício de Prestação Continuada (BPC) e rees para estados e municípios.

“Vamos fazer um inventário do que já foi proposto, do que é politicamente viável e do que o Congresso está disposto a enfrentar”, disse Haddad.

Reações no Congresso

Questionado sobre a fala do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), de que o Congresso não está comprometido a aprovar integralmente o pacote, Haddad classificou a posição como “prudente”:

“Lá não estavam os 513 parlamentares. Como ele poderia tomar uma decisão de aprovar ou não sem ouvir as bancadas? Entendo que o Congresso queira ouvir primeiro e depois fazer suas ponderações”, afirmou o ministro.

Apesar das divergências e da cautela por parte do Legislativo, o governo aposta na articulação política para aprovar as medidas com o menor desgaste possível. Até o momento, Haddad evitou divulgar estimativas sobre a arrecadação prevista com o novo pacote fiscal.

A expectativa do Planalto é que a combinação de aumento de receitas e revisão de isenções e gastos permita manter o compromisso com a meta fiscal de 2025, sem comprometer programas sociais ou investimentos estratégicos.


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